Rádio Terra Gaúcha

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ODONTOLOGIA EQUINA

O Brasil possui a segunda maior população de eqüinos do mundo, estimada
em 6,2 milhões de animais, perdendo apenas para a China com 10,2 milhões de
cabeças. Além de ser uma ferramenta de trabalho e lazer o eqüino é também um
grande negócio. Em 2005, os embarques somaram 64,1 milhões de dólares em
exportações de carne de cavalo, sendo o Brasil o quinto maior exportador de carne
eqüina do mundo (RONNEY, 1986).
Enquanto que outrora supria um meio de aliviar o peso do trabalho humano,
ele atualmente proporciona um meio para o desfrute do lazer o que apenas tornouse
possível através de sua liberação do trabalho (RONNEY, 1986).
Uma boa saúde deve ser estabelecida para manter a higidez dos animais, já
que os problemas digestórios tornam-se as principais causas de enfermidades nos
eqüinos. O bom funcionamento do aparelho bucal deve ser levado a sério, pois é de
fundamental importância à mastigação, para que o alimento seja adequadamente
triturado e para uma melhor digestão e absorção dos nutrientes necessários
(SWENSON & REECE, 1996).
A mecânica bucal através dos dentes tem a finalidade de reduzir
drasticamente o tamanho das partículas apreendidas pelos lábios e dentes,
umedece-las e pré-digerí-las, para uma melhor digestão gástrica e intestinal
(THOMAZIAN, 2005).
Uma vez que uma boa oclusão melhora também, o conforto durante o
processo de mastigação de qualquer animal (BRIGHAM & DUNCANSON, 2000).
O aproveitamento dos carboidratos estruturais depende, em grande parte,
da adequada ruptura da barreira físico-química vegetal para exposição do conteúdo
da sua membrana celular, o que ocorre principalmente através da trituração durante
a mastigação (AKIN, 1989).
O Tipo de alimento pode também influenciar a frequencia de mastigação e o
tempo de ingestão do alimento. Em equinos, a frequencia mastigatória pode variar
de 62 a 103 mov./min. para feno e forragem verde (DIXON, 2000).
Sob condições normais, o tempo médio de ingestão de feno é de 40 min./Kg
e de ração comercial peletizada – granulometria de 4-8mm – é de 20 min./Kg
(MEYER, 1995).
A rotina no cuidado dos dentes é essencial para a saúde dos cavalos.
Exames periódicos e manutenção regular, são procedimentos extremamente
necessários devido à alteração na dieta e padrões alimentares dos cavalos que
ocorreram principalmente com o advento da domesticação e confinamento desses
animais. Tudo isso somado, altera muito o desgaste e manutenção natural dos
dentes (SOUZA, 2005).
A má oclusão ou superfície imprópria de contato entre os dentes leva a uma
mastigação ineficiente, desconforto, desgaste e perda prematura de dentes. É irreal
dizer que os cavalos demonstram grandes sinais de problemas dentários a menos
que os mesmos se tornem graves, no entanto, ao sentirem dor oral, não executarão
corretamente suas habilidades (ENGSTRON, 2001).
Cada vez mais é exigido melhor desempenho dos animais mais novos.
Quando soltos nos campos, os cavalos pastam quase continuamente, recolhendo
impurezas que friccionam os dentes no processo de mastigação. Tudo isto,
associado também ao silicato no pasto desgasta os dentes. Entretanto, cavalos
confinados não desgastam seus dentes da mesma forma, pois apresentam uma
alimentação mais macia (grãos processados e fenos), requerendo desta forma,
menos mastigação. O que faz com que os dentes do cavalo permaneçam
excessivamente longos e/ou gastos de forma desaparelha (SOUZA, 2005).
Partindo do princípio de que cavalos campeões são animais saudáveis e que
gostam do que fazem, os exames orais completos a cada seis meses, permitem aos
cavalos terem uma vida mais salutar e que possam trabalhar bem (BAKER &
EASLEY, 2005).
O procedimento usual de manutenção dentária dos consiste
basicamente em grosar os dentes dos cavalos, este processo remove pontas
afiadas proporcionando assim uma mordedura mais justa, plana e lisa, bem como
ajuda a manter todos os dentes no comprimento desejável (SILVA, 2006).
2. CONTEÚDO
Em sua forma mais primitiva nos vertebrados, os dentes aparecem
como estruturas cônicas situadas em fileiras opostas na cavidade oral. Nos
mamíferos cada dente consiste de uma parte encaixada na mandíbula e uma parte
exposta acima da gengiva ( GETTY,1986).
Um dente simples consiste de uma coroa que se projeta além do
alvéolo e uma raiz contida no alvéolo com um colo ou área de união entre eles. No
interior do dente há uma cavidade pulpar contendo material macio e incluindo vasos
e nervos que passam através de um forame no ápice da raiz (GETTY, 1986).
A mastigação se dá por meio de movimentos laterais, que provoca a
formação de pontas afiadas ao longo das extremidades dos dentes. Estas pontas
podem ser grosadas para impedir cortes nas bochechas e língua, que geralmente
transforma em feridas e úlceras muito dolorosas (SOUZA, 2006).
Cavalos com pontas dentárias trituram mal os alimentos, possuem digestão
demorada e apresentar emagrecimento progressivo e também quadro de cólica
(THOMAZIAN, 2005).
3. CONCLUSÃO
Os problemas odontológicos dos eqüinos são de grande importância para
medicina veterinária por causar malefícios à saúde animal e consequentemente
diminuição desempenho do mesmo.
A manutenção dentária adequada fará com que o animal responda melhor
aos comandos, além disso, uma boa oclusão dentária auxilia na trituração adequada
e melhor digestão dos alimentos.
Desta maneira, os exames orais devem ser uma parte essencial da
avaliação periódica feita por um médico-veterinário.
O resultado é um cavalo mais saudável com desempenho melhor e muitas
vezes prolongando a sua vida.
Artigo publicado por Botelho, Cesar e Filadelpho, 2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário